quinta-feira, junho 06, 2019

A Cinelândia Paulista entre passado, presente e futuro

O chamado Centro Novo de São Paulo concentrou grande número de salas de cinema entre as décadas de 1930 e 1950. A maioria delas ficava nas avenidas Ipiranga e São João, sobretudo entre o Largo do Paissandu e a Praça Júlio Mesquita. Os cinemas ali em funcionamento eram cerca de 30 nos anos 1960, fato que tornou a região conhecida como a Cinelândia Paulista.
Além das salas de exibição, a presença de uma série de estabelecimentos e instituições conferia à região agitada vida cultural. Na Avenida São João e transversais, ficavam vários salões de dança. Na Avenida Ipiranga e imediações, espalhavam-se cabarés e boates. No Centro Novo também estavam o Theatro Municipal e a Biblioteca Mário de Andrade, o Colégio Caetano de Campos, o Museu de Arte de São Paulo (MASP), teatros, bares, restaurantes, confeitarias, leiterias, livrarias, hotéis, estúdios das principais emissoras de rádio da cidade e redações de jornais.
Naquele período, a indústria cinematográfica crescera e se consolidara. As salas de cinema precisavam estar preparadas para receberem um público em massa.  Os espaços que surgiam eram elegantes e bem cuidados. Um dos primeiros cinemas construídos em São Paulo especialmente com essa função foi o Cine Ufa Palace, depois rebatizado de Cine Art Palácio, na Avenida São João, em frente ao Largo do Paissandu. Inaugurado em 1936, ocupava o térreo de um edifício de seis andares, de linhas modernistas e autoria do arquiteto Rino Levi, onde funcionava também o Plaza Hotel. A sala do Cine Art Palácio tinha capacidade para 3.119 espectadores.
Rino Levi projetou também o Cine Ipiranga, na avenida de mesmo nome, inaugurado em 1943. Assim como o Art Palácio, o Ipiranga ficava no térreo de um edifício de 22 andares, utilizado pelo Hotel Excelsior.
Outro grande cinema do centro era o Cine Marrocos, na Rua Conselheiro Crispiniano, no térreo de um edifício de escritórios. Projetado em 1951 pelos engenheiros João Bernardes Ribeiro e Nelson Scuracchio, o Marrocos tinha sua decoração interna inspirada nas histórias de As Mil e Uma Noites. A sala foi considerada, na época de sua construção, a sala mais imponente e luxuosa do Brasil.
O centro da cidade, incluindo a Avenida São João, começou a dar os primeiros sinais de deterioração ainda no fim dos anos 1950. A Avenida Paulista recebia os primeiros edifícios e conjuntos comerciais e atraiu a instalação de escritórios, consultórios médicos, lojas e cinemas, antes situados no Centro Novo. Depois da construção do Elevado Presidente Costa e Silva, o “Minhocão”, em 1970, a degradação da São João se acentuou rapidamente e mesmo o trecho não encoberto pela via elevada foi afetado. Aos poucos, os cinemas perderam os antigos freqüentadores, também atraídos pelas novas salas inauguradas na Avenida Paulista. Para não fechar as portas em definitivo, muitos cinemas passaram a exibir filmes pornográficos. Outros encerraram suas atividades e destinaram as antigas salas a usos diversos, como estacionamentos, igrejas e bingos. O Cine Ipiranga foi o único que resistiu por mais tempo, exibindo filmes do circuito comercial até 2005.
Reconhecendo seu valor histórico e arquitetônico, o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) tombou os Cines Art Palácio, Dom José, Ipiranga, Marabá, Marrocos, Metrópole e Paissandu pela Resolução 37/92.
Desde os anos 1990, ações de revitalização da região central têm sido empreendidas pela iniciativa privada, governo e organizações não-governamentais.  A mais recente diz respeito à declaração de utilidade pública para desapropriação pela Prefeitura dos antigos Cines Art Palácio, Ipiranga e Marrocos. Desta forma, pretende-se recuperar não apenas os antigos cinemas da Cinelândia Paulista, mas a vida cultural da região.
O Cine Marrocos, na Rua Conselheiro Crispiniano, em 1970. (Coleção MCSP/DPH/SMC/PMSP, Sebastião de Assis Ferreira)
Para o Cine Art Palácio, está prevista a sua transformação em uma casa de espetáculos musicais, administrada pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC). O Ipiranga terá sua vocação original preservada, passando a funcionar como cinema municipal, também sob os cuidados da SMC. O Marrocos será utilizado conjuntamente pela Secretaria Municipal de Educação e pela SMC. Sua antiga sala será transformada em um auditório para a realização de seminários, simpósios e apresentações de pequenos grupos de música erudita, uma vez que está ao lado da futura Praça das Artes, que abrigará os corpos artísticos do Theatro Municipal e um centro de documentação.

sexta-feira, janeiro 18, 2019

CARTA MAGNA DE UMBANDA


Saravá à todos!

Sacerdotes e Irmãos...

Constantemente dizemos ser perseguidos e descriminados e o que fazemos para mudar esta situação?! Aqui a oportunidade de modificar nossa realidade, nos unindo e prestigiando iniciativas como esta, e mostrando que somos numerosos. Então, segue convite para Sessão Plenária na Câmara de Vereadores de Campinas sobre a Umbanda. Por favor, compareçam para debatermos sobre nossa religião.

Abaixo mais informações da importância deste evento à nossa Umbanda e sua magnitude.
Divulguem em suas casas e redes sociais!
À Luz de Nzambi!


CONGRESSO NACIONAL DE UMBANDA


O que é o Congresso Nacional de Umbanda?

O Congresso Nacional de Umbanda é uma forma de agregar a pluralidade dentro da religião de Umbanda. Respeitando as várias formas de manifestação e de trabalhos litúrgicos existentes nas diversas vertentes dentro da Religião de Umbanda. Os assuntos em questão são extremamente relevantes, sendo assim, trata-se de uma questão Nacional e não apenas Estadual ou Municipal. Criarmos um documento enfatizando o que é Umbanda, com respostas a vários temas relevantes, não só irá definir o que é Umbanda, como dará uma notoriedade importante diante de qualquer questão. Após este documento ser elaborado teremos fonte rica para o crescimento da religião de Umbanda.

Objetivo

O objetivo do Congresso Nacional de Umbanda é de fortalecer o crescimento da religião, onde através de uma base sólida, poderemos definitivamente criar uma identidade única e exclusivamente Umbandista. A “Carta Magna de Umbanda” será um importante documento, onde todos os Órgãos Federativos, Catedráticos da Religião, Escolas de Umbanda, Imprensa, assinarão tendo validade em todo o território Nacional.

O objetivo é ter este importante documento “Carta Magna de Umbanda” reconhecida por Lei, sendo levada a Órgãos Governamentais, onde  de maneira definitiva estaremos organizados em nossa base, social e política. Servirá ainda para ser afixada na parede de todos os templos de Umbanda onde todos observarão o quão importante é a Religião de Umbanda, mostrando para a opinião pública a resposta do que é esta grande Religião. Ressaltando que temos o dever de possuirmos representatividade política! Ainda todo candidato político deverá se comprometer com a Carta Magna de Umbanda, desta maneira estaremos nos protegendo de oportunistas que se apresentam como religiosos de Umbanda, porém, não o são!


  CARTA MAGNA DE UMBANDA  


**Todas as propostas aqui elaboradas não estão finalizadas, são para apreciação e avaliação para traçarmos as melhores formas de abordar os temas.

- A Umbanda é religião e tem em seus fundamentos a base na crença em um Único Deus,  e sua estrutura se estende através do panteão de forças que cremos em nossa liturgia, os Orixás.
- Acreditamos nos espíritos da Umbanda com suas linhas e sublinhas, onde os denominamos de guias espirituais.

- Dando por verdade que a religião teve as influências das filosofias Indígena, Africana, Kardecista e Católica.

- Cremos em Oxalá - Jesus Cristo e seguimos seus ensinamentos.

- Possui sacramentos e ritos próprios de batismo, casamento e fúnebre.

- A Umbanda é uma religião de culto a natureza através dos Orixás, sendo assim é uma religião ecológica.

- Seus ritos são realizados através de orações, que podem ser cantadas, ritmadas com a utilização de instrumentos musicais.

- Todos estes aspectos dentro da religião de Umbanda se sustentam como fonte de atuação através da prática caritativa, assistencialista e religiosa aos que a ela recorrem.

- A Umbanda atua na elevação e educação religiosa praticando trabalhos que visam a evolução do ser humano.

- Entende-se que a religião de Umbanda, respeitando suas influências, é genuinamente brasileira, com duas características em sua origem:
* Primeira- que ela é milenar em suas atribuições espirituais em relação a manifestações.
* Segunda– que se iniciou através do Médium Zélio Fernandino de Moraes com a terminologia Umbanda, em 15 de Novembro de 1908, em Neves, Niterói, através do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Ainda o médium Zélio teve a manifestação de Pai Antônio, que nos trouxe o sincretismo dos Orixás.

- A Umbanda se pratica por meio da doação pessoal, onde os médiuns de forma voluntária atuam na ajuda mutua, visando a Caridade.

- Possuem compromisso, onde a responsabilidade é o alicerce ético na prática religiosa no combate do baixo espiritismo.

A Umbanda é:  Doação, Caridade, Compromisso, Prosperidade.

Doação - A Umbanda tem no voluntariado a forma de crescimento natural da religião, onde a participação se faz fundamental.

Caridade -  A ação caritativa é uma das formas da elevação do espírito.  Fora da caridade não existe a compreensão da missão evolutiva do religioso de Umbanda.

Compromisso - A Umbanda tem no médium compromissado com o bem, com a verdade, com a lealdade, com a caridade, com a entrega pessoal, com o respeito, a essência do verdadeiro religioso como forma de evolução.

Prosperidade -  A Umbanda defende que todo seguidor da religião deve ser prospero. A prosperidade se da pelo esforço constante do conhecimento e trabalho individual, onde amparado por sua fé conquista seus objetivos.

Racismo

 A Umbanda é uma religião brasileira e assim como seu povo que é miscigenado, existindo a representação de várias raças. A Umbanda é o exemplo inter-racial e responde por ela mesma, pois tem em sua base o negro o indígena e o europeu. Mostra-se como exemplo de cultura e educação, coibindo qualquer forma preconceituosa.

Homossexualidade

Na Umbanda todo ser humano é visto como irmão (a) espiritual, sendo aceita qualquer orientação sexual.  Assim a religião entende e acolhe espíritos e não o gênero. Discriminação e preconceito, não são ensinados pelos nossos guias, entendendo que a Umbanda acolhe a todos.
Encarnamos com propósitos e escolhas, sendo fundamental respeitarmos o livre arbítrio da escolha pessoal de cada indivíduo.

Drogas
Todos que recorrem aos vários Templos de Umbanda encontrarão o lado assistencialista. O dependente químico deve ser tratado sem aspectos preconceituosos, tendo total assistência por parte da religião de Umbanda.
A Umbanda respeita a vontade do individuo em buscar e aceitar o tratamento espiritual. Deve ser observado e respeitado nos tratamentos, o lado psicológico, o comprometimento químico e atenção espiritual para o dependente e sua família. 

Eutanásia / Suicídio

A Umbanda, por valorizar a vida, nos aspectos terreno e espiritual, entende que a passagem deve ser natural, respeitando a Lei do carma e aprendizados importantes ao espírito.Só o Criador através de Sua Onisciência, Onipresença e Onipotência sabe o momento do desenlace carnal daquele indivíduo.Práticas que atentam contra a vida, seja de que forma for,  não são aceitas pela religião de Umbanda.

Aborto

Entende-se que a partir da concepção já existe vida, um espírito que anseia por sua evolução.As observações dos resgates espirituais, através dos acontecimentos, necessitam ser levados em consideração. A Umbanda é contra a prática do aborto; porém, quando existe o risco de morte da mãe, o arbítrio deve ser dela. O aconselhamento direto com os guias de Umbanda é fundamental para que as ações sejam feitas sempre baseadas na espiritualidade.

Violência doméstica

A Umbanda não aceita qualquer forma de violência doméstica, atendendo aos parâmetros da legislação vigente com destaque para:  Estatutos do Idoso e da Criança e do Adolescente, Leis de proteção à mulher e a Carta das Nações Unidas (ONU), onde os direitos da pessoa humana devem ser preservados, combatendo qualquer tipo de violência doméstica

O papel da mulher  na sociedade

A Umbanda defende o direito de igualdade, onde a mulher deve ocupar qualquer posição com o mesmo tratamento. As mulheres na Umbanda estão em todos os níveis hierárquicos da religião, mostrando a toda sociedade o exemplo a ser seguido. Entendemos que a religião de Umbanda é exemplo a todos os segmentos religiosos, pois valorizamos as mulheres em seu exercício sacerdotal.

Pedofilia / Maus tratos

A Umbanda não aceita qualquer forma de ato que atente contra a criança e o adolescente, em especial os casos de pedofilia e maus tratos, e defende que as Leis já estabelecidas devam ser aplicadas. Pessoas que possuem desvio de conduta podem estar sendo obsidiadas, ou mesmo necessitam de acompanhamento psicológico, unido de orientação espiritual.

Posicionamento e ética em relação à Umbanda e outras religiões

A Umbanda traz em si a base religiosa que deve ser respeitada. Amar, respeitar, não julgar, não caluniar, atuar sempre com verdade, na base do bem, da educação e da elevação. O posicionamento ético em qualquer religião deve se basear em tais atributos, manifestado pelo verdadeiro religioso de Umbanda. Sobre a questão inter-religiosa a Umbanda respeita todas as religiões e busca o Estado Laico, não discriminando nenhum tipo de manifestação religiosa que vise o respeito e evolução do ser humano.

Sobre os médiuns e assistidos

Os médiuns e assistidos em geral são vistos como religiosos e devem agir como tal, acreditando em Deus, nos Orixás e guias espirituais, possuir os atributos da Fé, amar seu semelhante, não julgar, jamais caluniar, ser um pacificador, estar a serviço do bem e jamais utilizar o seu conhecimento de forma torpe. Estes atributos são posicionamentos éticos para todos que comungam da Fé de Umbanda.

Candidatos à política  na  Umbanda

A Umbanda exige que todo candidato que se apresente dentro da religião, concorde, se comprometa e assine documento público com o compromisso de seguir a “Carta Magna de Umbanda”. Assumindo sua posição expondo em seu próprio site, blog e em suas redes sociais. Entendendo que este documento protege a religião de oportunistas e pessoas mal intencionadas. Para tanto, a religião deve estar apontando qualquer tipo de possível desvio de comportamento do possível representante da religião.
Ensino religioso
 A Umbanda defende o ensino religioso nas escolas de forma ecumênica, porém, enfatiza a inclusão da Carta Magna de Umbanda como fonte didática e a música umbandista como forma de inclusão social. Assim como as demais religiões, a Umbanda passa a ter um documento que esclarece de forma objetiva sua base.

Conceitos, Umbanda no Mundo e Jurídicos.

A Umbanda não aceita e não compactua com trabalhos de ordem trevosa, não faz amarração, ou atua de maneira que corrompa a base da família. Não cobra trabalhos caritativos de atendimento e aconselhamento, porém, temos que ter ressalva em relação aos elementos ritualísticos utilizados. A Umbanda esta em vários Países do Mundo, levando a Paz e a Elevação de uma Religião que defende os direitos pela igualdade, respeitando a pluralidade de cada Nação. As bases da “Carta Magna de Umbanda” são os princípios seguidos por religiosos de Umbanda pelo Mundo.

A Umbanda como religião ecológica, tem em seus seguidores os defensores da natureza.  Entendemos que o Orixá é a força da natureza em nosso planeta e manifestação do Criador em nós. Sendo o nosso maior altar a própria natureza.  Observamos que não cabe á nenhum umbandista cultuar despachos em zonas publica urbano, visto que os pontos de irradiação estão juntos a natureza.  Sabemos da  necessidade de fazer oferendas ao povo da rua, nossos exus e pombagiras,  porém é  importante que  haja o levantamento dos despachos antes do raiar do dia, respeitando as pessoas que professam outras crenças e a ordem publica.

Do ponto de vista administrativo jurídico -  A Carta Magna de Umbanda defende a necessidade de organização jurídica e administrativa, no que diz respeito a organização dos templos e federações.