terça-feira, dezembro 18, 2018

AS FALÁCIAS E RESISTÊNCIAS QUE NOS FIZERAM CHEGAR ATÉ 20 DE NOVEMBRO.


Em 1988, o Rio de Janeiro acordou tomado por milhares de pessoas. Militares ocuparam o centro para vigiar o acontecimento, mas acabaram destruindo palanques em frente à Central do Brasil, prenderam ativistas que chegavam dos subúrbios e da Baixada Fluminense e tentavam destruir faixas e cartazes que as pessoas levantavam. 

O protesto acontecia nas vésperas do centenário da abolição da escravatura e estava ali exatamente para revelar a farsa que essa abolição significava. Quem dera fosse apenas um problema do descaso do governo com a população preta. Ele foi além e trabalhou com ideais eugenistas, posteriormente transformados em leis para exterminar a descendência africana do país.

Um dos nomes que liderou essa marcha foi Abdias Nascimento, primeiro negro a chegar à câmara como deputado federal. Ele exaltou a todos com seu discurso:
“É a primeira vez, após a abolição da escravatura, que nós apresentamos, em um ato memorável como este, a nossa maturidade política, a consciência dos nossos direitos irreversíveis. Nós estamos aqui não para mendigar, não para estender a nossa mão para a mendicância da classe dirigente. A nossa mão está estendida à solidariedade, mas essa solidariedade tem um preço, e é o preço que a sociedade dominante tem que pagar”.

Em 2003, Abdias lutou pela criação do Dia da Consciência Negra, que agora é celebrada na data de 20 de novembro, em memória ao dia do assassinato de Zumbi dos Palmares. Essa conexão entre o passado da luta negra e aquele momento pós-governo militar explica muito sobre a importância da data e a sua relação com o movimento negro.

O que é o movimento negro
Quando discutimos na internet, a impressão é que existe um grande movimento com regras rígidas, antagonista dos brancos e que busca uma divisão racial no Brasil – essa é a principal falácia levantada pelos militares, os mesmos que estavam coibindo a marcha em 1988 com a desculpa que aquele protesto estaria depreciando a imagem do Duque de Caxias, pasmem.

Para destruir preconceitos e sofismas é importante entender que o movimento negro não é um único movimento. Assim como a África é um continente repleto de realidades diferentes, etnias, culturas e formas de lutar distintas, o movimento negro no Brasil e no mundo tem encontrado faces múltiplas. Porém, todas elas têm um único direcionamento: a luta contra o racismo e em favor da população negra por meio da reparação histórica e de políticas afirmativas.

Joel Rufino dos Santos, escritor e um dos maiores nomes brasileiros em estudos de culturas africanas, define o movimento negro assim:
“Todas as entidades, de qualquer natureza, e todas as ações, de qualquer tempo [aí compreendidas mesmo aquelas que visavam à autodefesa física e cultural do negro], fundadas e promovidas por pretos e negros (...) Entidades religiosas [como terreiros de candomblé, por exemplo], assistenciais [como as confrarias coloniais], recreativas [como “clubes de negros”], artísticas [como os inúmeros grupos de dança, capoeira, teatro, poesia], culturais [como os diversos “centros de pesquisa”] e políticas [como o Movimento Negro Unificado]; e ações de mobilização política, de protesto anti-discriminatório, de aquilombamento, de rebeldia armada, de movimentos artísticos, literários e ‘folclóricos’ – toda essa complexa dinâmica, ostensiva ou encoberta, extemporânea ou cotidiana, constitui movimento negro."

Particularmente, entendo a Consciência Negra como o reconhecimento de toda a luta ancestral para a sobrevivência e o “resgate da nossa dignidade humana, da nossa história e dos nossos valores culturais” – como evocado pelo próprio Abdias Nascimento. Então, os grupos de negros que reconhecem a desigualdade racial e lutam contra ela são os considerados parte do movimento negro.

Na história do Brasil, alguns grupos liderados por negros foram patrocinados por oligarquias e governos, mas como um subterfúgio, uma verdadeira manobra política evasiva para dizer ao povo “não somos tão maus assim, tampouco racistas, tenho até negros aqui no governo”.

Em 1812, por exemplo, a coroa patrocinou o surgimento de uma associação negra, a Companhia de Pretos de Pernambuco, como uma resposta às rebeliões que aconteceram na época. Também aconteceu no Brasil um movimento que mitificou a princesa Isabel, o Isabelismo – ele defendia a volta da monarquia e considerava a princesa como "A Redentora". Apesar de um aparente protagonismo negro, possivelmente seus ideais colocariam o negro numa situação de inferioridade na sociedade.

Os primeiros movimentos no Brasil
Não há como deixar de reconhecer os quilombos como as primeiras grandes representações do movimento negro brasileiro. O sociólogo Clóvis Moura afirmou que onde quer que a escravidão existisse, o negro marrom [rebeldes livres, como quilombolas] aparecia como sinal de rebeldia permanente contra o sistema que o escravizava. Foram várias lideranças nessa época, Zacimba, Tereza de Benguela, Manuel Congo e o Zumbi que se tornou o mais conhecido da nossa história.

Palmares resistiu por quase um século, em meio a inúmeras tentativas de invasão e ataques brutais. As histórias sobre Zumbi haviam se espalhado e inflado o coração de outros negros. Ele era um símbolo tão forte que a Coroa Portuguesa tentou profaná-lo, arrastando sua cabeça para ser espetada numa lança e exibida durante seis dias de comemoração a seu assassinato. Essa tragédia não foi capaz de silenciar o movimento negro, que sempre voltou com outros líderes em outras épocas.

Em 1798, inspirados pelos ideais iluministas, pela Inconfidência Mineira e impulsionados também pelas histórias da revolta do Haiti, explodiu na Bahia um movimento popular anticolonialista conhecido como Revolta dos Búzios ou (mais popularmente) Conjuração Baiana.

Diferente da Inconfidência Mineira, a revolta baiana desejava a abolição da escravatura e o término do preconceito racial. Tinha entre seus líderes vários negros escravos e libertos, como Lucas Dantas do Amorin Torres e Manoel Faustino do Santos Lira.

Alguns revoltosos espalharam cartas e panfletos na cidade, fato que chamou a atenção das autoridades e motivou investigações com uma dura repressão. À base de ameaças, várias pessoas delataram seus companheiros, levando a morte dos seus líderes. Partes dilaceradas de seus corpos foram exibidas durante cinco dias e espalhadas pela cidade – que chegou a ser tomada por urubus. A sentença ainda declarou seus nomes e memórias infames até a terceira geração.

No governo militar, contra a mentira da democracia racial
Após a abolição da escravatura e a queima dos registros históricos sobre a escravidão, as elites brancas no Brasil patrocinaram um movimento de negação intensa do racismo, promovendo a produção de literatura, música e todo tipo de arte que escondesse o seu passado criminoso.
Esse plano tinha um ponto cego, que é a vida do próprio negro. Se o país fosse o paraíso racial que vendia internacionalmente, não haveria necessidade de reivindicar mais nada. Porém o racismo dos escravagistas não foi abolido com a Lei Áurea. Os filhos de fazendeiros e donos de engenhos estavam vivos e propagando sua moral miserável.

No meio desse tumulto, grupos de intelectuais negros voltaram a se organizar e fundaram em 1931 a Frente Negra Brasileira. Eles se tornaram a principal referência de luta contra o racismo após a abolição e reivindicavam, principalmente, o fim da discriminação de cor e raça que acontecia em órgãos públicos e estabelecimentos privados. Os esforços do movimento negro dessa época levaram a criação da primeira lei que combatia o racismo no país, a Lei Afonso Arinos, em 1951.

Infelizmente, a Frente Negra não sobreviveu para apreciar essa vitória. Com o golpe militar que instituiu o Estado Novo em 1937, Getúlio Vargas, embebido das ideologias eugenistas, encontrou na ideologia da democracia racial a mentira perfeita para findar qualquer expressão cultural étnica que fosse contra a “identidade nacional” que eles estavam pregando (criadas pelo movimento eugenista e difundida até os dias de hoje em publicações do Clube Militar).

Teatros, partidos, jornais e muitas outras expressões negras foram caçadas e destituídas nesse período em nome da tal democracia racial – basicamente fundada na ideia de que o Brasil era tão mestiço que o racismo aqui era impossível de acontecer.

Enquanto o governo militar insistia no negacionismo, o racismo continuou acontecendo e isso continuou a mobilizar o movimento negro.

Em 1978, Robson Silveira da Luz, um feirante, foi acusado de roubar frutas. Levado por policiais, o jovem negro de 27 anos acabou torturado e morto. Foi um dos estopins para que nomes como Lélia Gonzalez, Hélio Santos e Abdias Nascimento reunissem o Movimento Negro Unificado (MNU), que sobreviveu ao governo militar em meio a várias perseguições e contra a propaganda que queria vender um país sem preconceitos para a população.

Quando a marcha contra a farsa da abolição (citada no início deste texto), aconteceu em 1988 foi como a ebulição de tudo o que estava sendo preparado pelo movimento negro no período da ditadura. Foi também o ano em que, finalmente, a Constituição compreendeu que existia o racismo e ele deveria ser combatido.

Hoje, existem vários grupos, ONGs, instituições e movimentações partidárias que fazem parte do movimento negro. Para Silvia Nascimento, jornalista e produtora de conteúdo com foco na comunidade negra há 18 anos, a maior diferença entre o movimento negro do passado e o de agora é a liberdade. "Nossa geração tem avós que estiveram muito próximo da escravidão. Com certeza isso reflete na sua mobilização política. Você tem medo de cerceamentos, você tem medo de risco de vida e de danos financeiros por se posicionar politicamente”, afirma.

Eu nasci em 1986, em um país que não criminalizava o racismo, um país em que a Constituição não compreendia negros como cidadãos brasileiros, apenas fingia que todo mundo entendeu que “agora negro é gente”. Ter a consciência negra não é entender minha existência única como um negro nesse país e minha liberdade para fazer o que quiser, mas, sim, me conectar com esse passado, com esses nomes e essas lutas que me deram a liberdade de estar aqui escrevendo para vocês.

É olhar com os mesmos olhos dos líderes abolicionistas e do mestre Abdias Nascimento para a história afro-brasileira. Só assim fará sentido dizer quando chegar o dia 20 de Novembro: viva Zumbi!






sábado, março 10, 2018

A HISTÓRIA DO PARTIDO DOS PANTERAS NEGRAS


Consciência social e racial, treinamento paramilitar e formação política, conheça os revolucionários que ensinaram Gil Scott-Heron, The Last Poets e Public Enemy a "pensar" música!


Fundado em 1966, na cidade de Oakland, estado da Califórnia, Estados Unidos, o Partido dos Panteras Negras para Auto-Defesa (Black Panthers Party for Self-Defense) foi um movimento revolucionário pós aprovação da Lei dos Direitos Civis norte-americanos, originalmente chamado Partido Pantera Negra para Auto-defesa (no original, "Black Panther Party for Self-Defense", depois, mais conhecido como "Black Panther Party" (Panteras Negras).


A obrigatoriedade de integração, em consequência da abolição e proibição de medidas segregacionistas e/ou racistas, tornou as relações raciais nos Estados Unidos juridicamente justas, porém, socialmente tensas. A Lei de Direitos Civis apenas iniciava o processo de integração, porém, o grupo historicamente privilegiado não aceitaria uma derrota desta proporção. Em várias cidades, conflitos violentos tornaram-se rotina, e, além disso, os conservadores, que insistiam em manter o sistema racista, para assim, continuar gozando de seus privilégios, tinham um braço armado oficial a seu dispor: a polícia. Em várias grandes cidades norte-americanas, a violência policial se tornou o principal problema das relações Estado-população negra. Nesse cenário, os jovens Huey Newton e Bobby Seale, à época, ativistas do movimento negro estudantil, cansados dos abusos da polícia nos guetos negros de Oakland fundaram os Panteras Negras.


O Partido


A principal finalidade do grupo era patrulhar os guetos e proteger os moradores da violência policial. Auto-didata em Direito, Huey Newton aprendeu todo o Código Penal da Califórnia, assim, com embasamento na lei de porte de armas do estado, persuadiu os moradores dos bairros negros a portarem armas para se defender. Alguns anos depois, era cena comum encontrar membros uniformizados do partido portando rifles pelas ruas. Além disso, influenciados pelo marxismo, os Panteras Negras defendiam o socialismo como modelo político e o aplicavam nos bairros em que atuavam.
Além da defesa das comunidades, o partido também mantinha escolas de formação política e treinamento de artes marciais para crianças e jovens, um programa de segurança alimentar para famílias mais pobres e defendiam a isenção de impostos e um projeto de reparação financeira da “América Branca” pelos séculos de exploração, humilhação e genocídio da população negra. Também tinham rígidos padrões de comportamento moral, proibindo o uso de drogas e álcool entre os membros do partido. Em seu auge, os Panteras Negras tinham mais de cinco mil membros e coordenavam sedes nas principais cidades dos Estados Unidos. Por seu caráter combativo, seu alinhamento ideológico com o socialismo em plena Guerra Fria, e por vários tiroteios em conflitos com policiais, os Panteras Negras eram considerados “terroristas e uma ameaça à Segurança Nacional”. No final dos anos 70, tendo diminuído o número de membros, perdendo a simpatia de outros líderes negros e com a prisão e exílio de seus dois principais líderes, constantemente envolvidos em conspirações que visavam enfraquecê-los, os Panteras Negras se limitaram a manter apenas alguns de seus projetos sociais e, por fim, encerraram suas atividades no início dos anos 80.


Stockely Carmichael


Grande líder dos radicais negros desvinculou-se totalmente da política convencional americana, para organizar os radicais negros, propôs abertamente a transformação da sociedade norte americana em uma aliança firme com o esquerdismo castrista da América Latina.



Aos 26 anos, cansado da violência de mais uma detenção que sofre usando a tática da não violência o estudante Stokely Carmichael diz que cansou de dar a outra face e grita:



“Povo negro deste país, uni-vos. Reconheçam seu papel e construam uma nova sociedade”.



Ele também disse que os afro-americanos tinham que organizar sua própria luta, sendo protagonistas do movimento e brigar para chegar ao poder nos Estados Unidos da América: Poder Para o Povo!


Esse discurso foi feito no dia 16 de julho de 1967, em Greenwood, estado do Mississipi, na saída de sua 27ª detenção, Carmichael e seus companheiros tinham sido maltratados pelas forças policiais.



Ele era líder do SNCC Student Nonviolent Coordinating Committee (Comitê Conjunto de Não Violência dos Estudantes) - e ligados ao Movimento pelos Direitos Civis coordenado pelo reverendo batista Martin Luther King. Mas quem era esse jovem tão contundente no discurso?



Stokely Carmichael nasceu no dia 29 de junho de 1941 em Trinidad Tobago, em Porto de Espanha, filho de Adophus – um carpinteiro e Mabel, dona de casa. Os dois deixaram o país para emigrarem para os Estados Unidos, colocando o filho aos cuidados da avó materna. Com 11 anos foi morar com a família no bairro Harlem, em Nova Iorque.



Depois se mudam para Morris Park, de vizinhança de maioria branca e italiana. Lá é descritos por vizinhas como agressivo e selvagem, mas na verdade se defendia dos ataques dos filhos delas. Cursa o colegial numa High School do Bronx, onde passa o tempo lendo Charles Darwin e Karl Marx, reclamando da leitura fútil oferecida aos alunos.


Lá ele passa a convver com jovens brancos de classe média de formação liberal. Percebe que apesar da boa vontade expressada por eles, tem barreiras de relacionamento por ser um preto e seus amigos apenas teorizam sobre sua situação étnica, sem compreendê-la realmente.



Stokely dizia que eram liberais intectualmente, mas culturalmente preconceituosos. Com 19 anos começa a estudar na Universidade de Howard, após ser rejeitada em varias instituições de ensino racistas.



Já no primeiro ano como calouro, participa do CORE – Congress of Racial Equality (Congresso da Igualdade Racial), realizado na primavera em 1960.


Em pouco tempo se liga a SNCC. No ano de 1961, Carmichael entra de cabeça na militância e se torna um Freedom Rides – viajantes da liberdade.



É um grupo inter-racial formado por jovens que viajavam aos estados norte americanos mais conservadores e adeptos da segregação étnica; e desafiavam as leis locais freqüentando lugares proibidos aos afro-americanos. Essa pratica ficou conhecida como “sit-in”. Invariavelmente eram humilhados, espancados e detidos.



Mesmo assim não revidavam no uso da tática de não violência que os lideres negros cristão orientavam – deveriam como Jesus Cristo – dar a outra face. O reverendo Martin Luther King se inspirou na luta de independência de Índia protagonizada pelo advogado pacifista Mahatma Gandhi. Como liderança é designado para o Condado de Lowndes, no estado do Alabama, onde cadastra 3 mil negros sem direito de participar das eleições.



Tem o primeiro desentendimento com sua entidade, e opta por uma estratégia própria para cumprir a tarefa. Irrita-se com a tática de resistência passiva frente ao espancamento rotineiro dos militantes. Acha a estratégia equivocada. Em 1966, mesmo sendo um critico da SNCC, Carmichael é escolhido presidente no lugar de John Lewis, eleito congressista pelo estado da Geórgia. Mas sua critica a não violência acaba incomodado Luther King, que classifica o rapaz como radical e tinha medo que ele pudesse por tudo a perder.


Por outro lado, o discurso de Stokely atraia cada vez mais jovens para a luta pelos Direitos Civis. A postura e os discursos de Malcolm X influenciaram decisivamente Carmichael, encontrando nele um líder adequado para sua forma de combate ao racismo . A atitude do jovem James Meredith, que recém admitido na Universidade do Mississipi, mudou o destino de Carmichael.



Ele tentou sozinho marchar pelos Direitos Civis entre as cidades de Memphis e Jackson, sendo ferido por partidários contrários a integração racial. Stokely foi designado à líder um grupo voluntário para fazer o mesmo trajeto, mas em uma das paradas foi detido pela 27ª vez em sua militância.



No dia 16 de junho de 1967, na saída da prisão, em Greenwood três mil pessoas o aguardam. Lá faz o discurso reclamando que há seis anos falavam de “liberdade” e não via perspectivas no movimento com a tática de não violência contra políticos e policiais racistas, que apontavam mangueiras de água e cães para atacá-los.



E Stokely gritou a frase que marcaria sua militância: “o que nós queremos agora é PODER PARA O POVO PRETO!”. Está lançado o Movimento Black Power. A multidão imediatamente repetiu a frase “Poder PRETO”, ecoando nas comunidades de Oakland e Newark.



A frase significou para os conservadores e setores do movimento pelos direitos civis como: racista, provocativa e violenta. Os meios de comunicação exploram exaustivamente o termo Poder Negro e editoriais escritos sobre o significado dele, traduziam como racismo ao inverso .



Candidatos comprometidos com a política de segregação racial obtiveram vantagem na eleição de novembro. Imediatamente Martin Luther King classificou a frase de “escolha infeliz de palavras” e Roy Wilkins da NAACP – National Association for the Advancement of Colored People - (Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor) – também reprovava o radicalismo de Carmichael e o chamando de racista preto. Em resposta, Carmichael critica Luther King chamando de “moderado demais” e diz que a não violência é ineficiente. Stokely acaba indo a convite aos paises Vietnam, China e Cuba, e lá declara que os pretos deveriam treinar guerrilhas para defender suas comunidades e estar pronto para morrer por isso.



A SNCC destitui Stokely e ele acabou nesse tempo se ligando aos Panteras Negras, após conhecer Huey P. Newton e Bob Seale – lideres do grupo. Nomeado ministro de honra e critica publicamente a participação dos americanos na Guerra do Vietnam e conclama os negros a não se alistarem.



Por consequência é detido por dez meses e seu passaporte retido pelas autoridades. Sua passagem nos Panteras Pretas dá estrutura ideológica ao grupo e suas propostas são incorporadas as deles, dando um formato de combate ao racismo até hoje copiado por organizações pretas não governamentais. Com tempo ele acha que os Panteras eram radicais o suficiente e deixa o grupo, rumo à Guiné, África, dizendo “A América não pertence aos pretos!”, convidando todos os afro-americanos a seguir seu exemplo.



Ainda sobre os Panteras Negras ele diz que a linha dogmática do partido permitia aliança com grupos radicais brancos. Na África conhece os militantes pretos marxistas Sekou Tourc e Kwame Nkrumah. Em Gana casa-se com Miriam Makeda – cantora sul-africana e assume o nome de Kwame Turcem no ano de 1978. Na África desenvolve a teoria de que somente existiria Poder Preto em países africanos de orientação ideológica marxista. Completando a idéia, afirmava que os pretos deveriam se unir somente com pretos para uma verdadeira liberdade cultura e desenvolvimento sócio econômico.


Morre de câncer na próstata no dia 15 de novembro de 1998, em Guiné, ainda acusando que a doença era fruto do imperialismo norte-americano. Tinha 57 anos Carmichael deixou entre suas obras os livros “Poder Preto” escrito em 1967, em companhia Charles Hamilton. No livro ele defende a idéia da Beleza Negra, como o lema “Black Is Beautiful!” – Preto é lindo. Propôs que os negros abandonassem os valores e estilo da sociedade branca e que se adotassem modelos e modos de vestir africanos, inclusive no penteado que é até hoje conhecido como “Black Power”; em 1971 escreve “Stokely Speaks: Black Power Back to Pan-Africanism”. Nesta publicação ele faz uma analise marxista do Pan Africanismo. Na ocasião do lançamento do Livro Poder Preto para uma platéia de estudantes negros ele declara “quando você fala em Poder Preto, fala em construir um movimento que destruirá o que a sociedade ocidental construiu”. Era também tinha influencia de Marcus Garvey e o Nacionalismo Preto pregado nas décadas de 20. Stokely Carmichael é uma das pessoas que influenciaram muito o Movimento Negro no Brasil. Mas infelizmente para a grande maioria, o que restou do Movimento Black Power é só um penteado a ser usado, inclusive entre os afro-americanos jovens.





Stockely Carmichael Grande líder dos radicais negros desvinculou-se totalmente da politica convencional americana, fundou o partido revolucionário, Black panther(Panteras Negras), para organizar os radicais negros, propôs abertamente a transformação da sociedade norte americana em uma aliança firme com o esquerdismo catrista da América Latina.


Aos 26 anos, cansado da violência de mais uma detenção que sofre usando a tática da não violência o estudante Stokely Carmichael diz que cansou de dar a outra face e grita: “Povo negro deste país, uni-vos. Reconheçam seu papel e construam uma nova sociedade”. Ele também disse que os afro-americanos tinham que organizar sua própria luta, sendo protagonistas do movimento e brigar para chegar ao poder nos Estados Unidos da América: Poder Para o Povo! Esse discurso foi feito no dia 16 de julho de 1967, em Greenwood, estado do Mississipi, na saída de sua 27ª detenção, Carmichael e seus companheiros tinham sido maltratados pelas forças policiais. Ele era líder do SNCC Student Nonviolent Coordinating Committee (Comitê Conjunto de Não Violência dos Estudantes) - e ligados ao Movimento pelos Direitos Civis coordenado pelo reverendo batista Martin Luther King. Mas quem era esse jovem tão contundente no discurso? Stokely Carmichael nasceu no dia 29 de junho de 1941 em Trinidad Tobago, em Porto de Espanha, filho de Adophus – um carpinteiro e Mabel, dona de casa. Os dois deixaram o país para emigrarem para os Estados Unidos, colocando o filho aos cuidados da avó materna. Com 11 anos foi morar com a família no bairro Harlem, em Nova Iorque.
Depois se mudam para Morris Park, de vizinhança de maioria branca e italiana. Lá é descritos por vizinhas como agressivo e selvagem, mas na verdade se defendia dos ataques dos filhos delas. Cursa o colegial numa High School do Bronx, onde passa o tempo lendo Charles Darwin e Karl Marx, reclamando da leitura fútil oferecida aos alunos. Lá ele passa a conviver com jovens brancos de classe média de formação liberal. Percebe que apesar da boa vontade expressada por eles, tem barreiras de relacionamento por ser um preto e seus amigos apenas teorizam sobre sua situação étnica, sem compreendê-la realmente. Stokely dizia que eram liberais intectualmente, mas culturalmente preconceituosos. Com 19 anos começa a estudar na Universidade de Howard, após ser rejeitada em várias instituições de ensino racistas. Já no primeiro ano como calouro, participa do CORE – Congress of Racial Equality (Congresso da Igualdade Racial), realizado na primavera em 1960. Em pouco tempo se liga a SNCC. No ano de 1961, Carmichael entra de cabeça na militância e se torna um Freedom Rides – viajantes da liberdade. É um grupo inter-racial formado por jovens que viajavam aos estados norte americanos mais conservadores e adeptos da segregação étnica; e desafiavam as leis locais freqüentando lugares proibidos aos afro-americanos.


Essa pratica ficou conhecida como “sit-in”. Invariavelmente eram humilhados, espancados e detidos. Mesmo assim não revidavam no uso da tática de não violência que os lideres negros cristão orientavam – deveriam como Jesus Cristo – dar a outra face. O reverendo Martin Luther King se inspirou na luta de independência de Índia protagonizada pelo advogado pacifista Mahatma Gandhi. Como liderança é designado para o Condado de Lowndes, no estado do Alabama, onde cadastra 3 mil negros sem direito de participar das eleições. Tem o primeiro desentendimento com sua entidade, e opta por uma estratégia própria para cumprir a tarefa. Irrita-se com a tática de resistência passiva frente ao espancamento rotineiro dos militantes. Acha a estratégia equivocada. Em 1966, mesmo sendo um critico da SNCC, Carmichael é escolhido presidente no lugar de John Lewis, eleito congressista pelo estado da Geórgia. Mas sua critica a não violência acaba incomodado Luther King, que classifica o rapaz como radical e tinha medo que ele pudesse por tudo a perder. Por outro lado, o discurso de Stokely atraia cada vez mais jovens para a luta pelos Direitos Civis. A postura e os discursos de Malcolm X influenciaram decisivamente Carmichael, encontrando nele um líder adequado para sua forma de combate ao racismo .


A atitude do jovem James Meredith, que recém admitido na Universidade do Mississipi, mudou o destino de Carmichael. Ele tentou sozinho marchar pelos Direitos Civis entre as cidades de Memphis e Jackson, sendo ferido por partidários contrários a integração racial. Stokely foi designado à líder um grupo voluntário para fazer o mesmo trajeto, mas em uma das paradas foi detido pela 27ª vez em sua militância. No dia 16 de junho de 1967, na saída da prisão, em Greenwood três mil pessoas o aguardam. Lá faz o discurso reclamando que há seis anos falavam de “liberdade” e não via perspectivas no movimento com a tática de não violência contra políticos e policiais racistas, que apontavam mangueiras de água e cães para atacá-los. E Stokely gritou a frase que marcaria sua militância: “o que nós queremos agora é PODER PARA O POVO PRETO!”. Está lançado o Movimento Black Power. A multidão imediatamente repetiu a frase “Poder PRETO”, ecoando nas comunidades de Oakland e Newark. A frase significou para os conservadores e setores do movimento pelos direitos civis como: racista, provocativa e violenta. Os meios de comunicação exploram exaustivamente o termo Poder Negro e editoriais escritos sobre o significado dele, traduziam como racismo ao inverso . Candidatos comprometidos com a política de segregação racial obtiveram vantagem na eleição de novembro. Imediatamente Martin Luther King classificou a frase de “escolha infeliz de palavras” e Roy Wilkins da NAACP – National Association for the Advancement of Colored People - (Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor) – também reprovava o radicalismo de Carmichael e o chamando de racista preto. Em resposta, Carmichael critica Luther King chamando de “moderado demais” e diz que a não violência é ineficiente. Stokely acaba indo a convite aos paises Vietnam, China e Cuba, e lá declara que os pretos deveriam treinar guerrilhas para defender suas comunidades e estar pronto para morrer por isso.

                                       
A SNCC destitui Stokely e ele acabou nesse tempo se ligando aos Panteras Negras, após conhecer Huey P. Newton e Bob Seale – líderes do grupo. Nomeado ministro de honra e critica publicamente a participação dos americanos na Guerra do Vietnam e conclama os negros a não se alistarem. Por consequência é detido por dez meses e seu passaporte retido pelas autoridades. Sua passagem nos Panteras Pretas dá estrutura ideológica ao grupo e suas propostas são incorporadas as deles, dando um formato de combate ao racismo até hoje copiado por organizações pretas não governamentais. Com tempo ele acha que os Panteras eram radicais o suficiente e deixa o grupo, rumo à Guiné, África, dizendo “A América não pertence aos pretos! ”, convidando todos os afro-americanos a seguir seu exemplo

Ainda sobre os Panteras Negras ele diz que a linha dogmática do partido permitia aliança com grupos radicais brancos. Na África conhece os militantes pretos marxistas Sekou Tourc e Kwame Nkrumah. Em Gana casa-se com Miriam Makeda – cantora sul-africana e assume o nome de Kwame Turcem no ano de 1978. Na África desenvolve a teoria de que somente existiria Poder Preto em países africanos de orientação ideológica marxista. Completando a idéia, afirmava que os pretos deveriam se unir somente com pretos para uma verdadeira liberdade cultura e desenvolvimento sócio econômico. Morre de câncer na próstata no dia 15 de novembro de 1998, em Guiné, ainda acusando que a doença era fruto do imperialismo norte-americano. Tinha 57 anos Carmichael deixou entre suas obras os livros “Poder Preto” escrito em 1967, em companhia Charles Hamilton. No livro ele defende a idéia da Beleza Negra, como o lema “Black Is Beautiful!” – Preto é lindo. Propôs que os negros abandonassem os valores e estilo da sociedade branca e que se adotassem modelos e modos de vestir africanos, inclusive no penteado que é até hoje conhecido como “Black Power”; em 1971 escreve “Stokely Speaks: Black Power Back to Pan-Africanism”.

Nesta publicação ele faz uma analise marxista do Pan Africanismo. Na ocasião do lançamento do Livro Poder Preto para uma platéia de estudantes negros ele declara “quando você fala em Poder Preto, fala em construir um movimento que destruirá o que a sociedade ocidental construiu”. Era também tinha influencia de Marcus Garvey e o Nacionalismo Preto pregado nas décadas de 20. Stokely Carmichael é uma das pessoas que influenciaram muito o Movimento Negro no Brasil. Mas infelizmente para a grande maioria, o que restou do Movimento Black Power é só um penteado a ser usado, inclusive entre os afro-americanos jovens.

sexta-feira, janeiro 12, 2018

UMBANDA e ORIXÁS

A Umbanda acredita que os Orixás não tiveram vida corpórea na terra; mas são a representação da energia, força oriunda da natureza, e é tal força que auxilia os seres humanos nas dificuldades do dia a dia. Na Umbanda, os orixás também não incorporam (diferentemente do Candomblé), o que se vê é a manifestação dos Falangeiros dos Orixás, que são os Guias ou Entidades que trabalham sob ordens de um determinado Orixá. Cada pessoa recebe a influência de um Orixá, que será seu protetor por toda a vida.



Principais Orixás da Umbanda

Para os principiantes ou simplesmente visitantes, duas dúvidas são bastante recorrentes: “Quantos orixás existem?” e “Quais são os orixás da umbanda?”. Entretanto, para essa pergunta há diversas respostas. Basicamente, existem cinco orixás presentes em todas as correntes de Umbanda, que são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi. Além desses, apresentaremos o perfil e história de mais quatro: Oxum, Iansã, Omulú e Nanã.


OXALÁ
Oxalá é o maior Orixá da Umbanda, estando abaixo apenas de Olorum, Deus Supremo. Foi criado a partir do ar, que havia no início dos tempos, e das primeiras águas, pelo mesmo Deus Supremo, Olorum. Representado por uma estrela de cinco pontas, é sincretizado como Jesus Cristo e representa a paz e a fé. Na umbanda, sua tarefa foi a de criação do ser humano. Ele envia vibrações que estimulam a fé individual, assim como irradiações que geram sentimentos de religiosidade. É aquele que determina o fim da vida de cada ser humano, é o momento de partir em paz. Representa o amor, bondade, pureza espiritual, e tudo aquilo que indica positividade.


Filhos de Oxalá
Os filhos deste orixá são pessoas responsáveis, calmas, tranquilas, até mesmo nos momentos mais difíceis. São pessoas amáveis e pensativas. Marcam sua presença por onde passam, pois possuem a aura de autoridade e poder de Oxalá.
Cores: branco e cristalino
Habitat: praia deserta ou colina
Data comemorativa: 25 de dezembro
Dia da semana: sexta-feira
Ervas: Camomila, Cravo, Coentro, Arruda, Erva Cidreira, dentre outras
Signo: Aquário
Cores da Guia: contas brancas, leitosas ou de cristal
Saudação: Êpa Êpa Babá!


OXUM
Pedras Cachoeira Oxum é a Orixá que domina as mulheres, orixá da fertilidade, do amor e do ouro. Protetora das gestantes e da juventude, é a senhora das águas doces. Representa a beleza e a pureza, a moral e o modelo de mãe. Muitas vezes é evocada em prol da limpeza fluídica dos seguidores e do ambiente dos templos. Segundo a Umbanda, ela é o exemplo de mãe que nunca desampara seus filhos e ajuda a qualquer pessoa.


Filhos de Oxum
Os filhos de Oxum amam espelhos (a figura de Oxum carrega um espelho na mão), jóias, ouro e se mostram sempre de forma impecável. Tratam as pessoas com um carinho maternal e são muito sentimentais e românticos. O próprio lar é o lugar preferido dos filhos de Oxum.
Cores: azul ou amarelo ouro
Habitat: cachoeira, rios e lagos
Data comemorativa: 08 de dezembro
Dia da semana: sábado
Ervas: Camomila, Gengibre, Erva Cidreira, dentre outras
Signo: Câncer
Cores da Guia: contas de cristal azul claro
Saudação: Ora iêiê ô!


OGUM
Orixá guerreiro, Ogum é aquele que representa todas as batalhas da vida. Representado por São Jorge, é o orixá protetor contra as guerras e contra diversas demandas espirituais; Ogum é a força do movimento. É ele quem protege os seguidores da Umbanda e as pessoas que sofrem perseguições espirituais ou materiais. Ogum também é o senhor das estradas, é a jornada do dia a dia e sua responsabilidade é a manutenção da lei e da ordem.


Filhos de Ogum
Os filhos de Ogum geralmente não se mantem fixos em apenas um lugar, portando gostam de viagens, do novo, de mudanças. Apreciam a tecnologia, são curiosos e resistentes. Cheios de vontade, podem ser violentos. Sabem dar respostas de prontidão e tem grande capacidade de concentração. Coragem e franqueza são características absolutas.
Cores: vermelho e branco
Habitat: mata fechada
Data comemorativa: 23 de abril
Dia da semana: terça-feira
Ervas: Aroeira, Como Ninguém Pode, Espada de São Jorge, dentre outras
Signo: Áries
Cores da Guia: contas vermelhas
Saudação: Ogunhê!


IEMANJÁ
Orixá mais popular do Brasil, a rainha do mar é a mãe de todos os Orixás, é o trono feminino da geração, a protetora dos marinheiros, pescadores, das viagens pelo mar, e também sobre toda a flora e fauna marinhas. E além disso, atua no amparo à maternidade, rege de forma absoluta o lar e a família. Dona dos mares e oceanos, águas essas que, através de sua força, tem o papel de devolver vibrações e trabalhos, pois creem que o mar devolve tudo que nele for jogado e vibrado.


Filhos de Iemanjá
Maternais e impotentes, os filhos de Iemanjá são pessoas dignas, majestosas e fecundas. Não perdoam facilmente uma ofensa, e quando perdoam, nunca esquecem. Com o rigor de uma mãe, às vezes podem parecer arrogantes. Apreciam ambientes confortáveis e mesmo quando pobres, mantem um certo nível de sofisticação em seus lares. Amizade e companheirismo são características fundamentais.
Cores: azul claro, branco e prata
Habitat: calunga grande (mar)
Data comemorativa: 15 de agosto
Dia da semana: sexta-feira
Ervas: Trevo, Pata de Vaca, Erva Quaresma, dentre outras
Signo: Peixes
Cores da Guia: contas brancas e azul claras ou transparentes
Saudação: Odoiá!


XANGÔ
Xangô é o Orixá da justiça e da sabedoria, simboliza a lei de causa e efeito, responsável a dar a quem merece o devido castigo e a vitória aos que foram injustiçados. É quem dá solução às pendências. A maioria dos seguidores que recorrem ao Xangô são os que sofrem de injustiças, perseguições espirituais e materiais. Desse Orixá, emanam também o saber e a autoridade, é o protetor de todos que tem contato com as práticas da lei.


Filhos de Xangô
Teimosos, impulsivos e conquistadores, os filhos de Xangô dificilmente aceitam opiniões contrárias às suas e estão sempre fazendo seus julgamentos e executando suas leis. São voluntariosos, enérgicos e possuem uma elevada autoestima. São conscientes de sua importância e suas opiniões serão decisivas em qualquer discussão.
Cores: marrom
Habitat: pedreiras, grutas de pedras
Data comemorativa: 30 de setembro
Dia da semana: quarta-feira
Ervas: Folhas de Mangueira, Erva Lírio, Folhas de Limoeira, Folhas de Café, dentre outras
Signo: Leão
Cores da Guia: contas marrons
Saudação: Caô Cabecilê!


IANSÃ
Iansã é a Orixá dos ventos e das tempestades. Rainha dos raios, é responsável pelas transformações e pelo combate à feitiçarias feitas aos seus seguidores. Guerreira, é conhecida também como guardiã dos mortos, pois exerce domínio sobre os eguns. A força de sua magia afasta todas as influências do mal e negativas, pois tem o poder de anular os males e cargas de enfeitiçamento.


Filhos de Iansã
Cores: amarelo-ouro
Habitat: bambuzal
Data comemorativa: 04 de dezembro
Dia da semana: quarta-feira
Ervas: Erva de Santa Bárbara, Cordão de Frade, Açúcena, Folhas de Rosa Branca, dentre outras
Signo: Sagitário
Cores da Guia: contas amarelas
Saudação: Eparrei Oyá!


OXOSSI
Oxossi é o Orixá conhecido como senhor dos caboclos e das matas. É o caçador de almas de homens e dele emana altivez. Encoraja e dá segurança a todos seus seguidores; protetor dos animais, é conhecido por aliar sua grande força com o bom senso. Assim como Ogum, é um lutador, grande guerreiro, está sempre pronto para defender aqueles que se colocam sob sua guarda.


Filhos de Oxossi
Os filhos de Oxossi são pessoas mais fechadas e reservadas. Gostam de apreciar a natureza e geralmente são muito desconfiados, mas quando confiam, são amigos para todos os momentos. São trabalhadores e conseguem manter a mesma expressão, estando felizes ou tristes, pois dificilmente exteriorizam seus sentimentos. São sempre notados, mesmo que não se esforcem para que isso aconteça.
Cores: verde
Habitat: mata fechada
Data comemorativa: 20 de janeiro
Dia da semana: quinta-feira
Ervas: Folhas de Aroeira, Folhas de Samambaia, Folhas de Palmeira, Erva Cidreira, Folhas de Laranjeira, Folhas de Maracujá, Folhas de Abacateiro, dentre outras
Signo: Touro
Cores da Guia: contas verdes
Saudação: Okê Arô!


OMULÚ
Orixá da saúde, atua sobre os doentes, hospitais e cemitérios. Senhor da morte e das doenças, costuma ser muito temido, porém da mesma forma que traz a doença, ele leva embora também. Muito respeitado, é um orixá exigente e grande feiticeiro. Omulú é a manifestação idosa de Obaluaiê. Os médiuns ao manifestarem a presença de Omulú, se curvam aproximando-se o máximo da terra, do chão. Representa a transformação do ser, morrer para o pequeno e renascer para o grande.


Filhos de Omulú
Os filhos de Omulú são pessimistas, autodestrutivos, fechados e até desajeitados. Costumam exibir seus sofrimentos e dores. Hipocondríacos, possuem forte resistência e prolongam os esforços. Melancólicos, depressivos e amargos, são pessoa solitárias capazes de desanimar até os mais otimistas, porém às vezes podem ser doces. Acreditam que são os únicos que sofrem e que ninguém os compreende. São lentos, porém firmes como rocha e não apresentam grandes ambições.
Cores: preto e branco
Habitat: calunga pequena (cemitério)
Data comemorativa: 16 de agosto
Dia da semana: segunda-feira
Ervas: Alfazema, Babosa, Coentro, Jenipapo, Musgo, dentre outras
Signo: Capricórnio
Cores da Guia: contas pretas e brancas
Saudação: Atotô!

NANÃ
Orixá mais velho do panteão africano, que nenhuma pesquisa conseguiu identificar suas origens. Dona da alma do fundo dos rios, lama esta que serviu para modelar os homens, é misteriosa e também possui forte relação com a morte; pois é o nascimento, a vida e a morte. Nanã é uma expressão que significa “Mãe” em diversos dialetos na África, portanto, Nanã é a mãe do destino.


Filhos de Nanã
Os filhos de Nanã são calmos, gentis, benevolentes e agem como se tivessem a eternidade toda para tal. Tendem a viver do passado, gostam de crianças e gostam de educar com extrema doçura, assim como as avós. São pessoas que, tanto no aspecto físico como no aspecto psicológico aparentam ter mais idade. São teimosas e às vezes podem ser ranzinzas, porém agem com segurança e equilíbrio.
Cores: roxo
Habitat: calunga pequena (cemitério)
Data comemorativa: 26 de julho
Dia da semana: terça-feira
Ervas: Hortência, Folhas de Samambaia, dentre outras
Signo: Escorpião
Cores da Guia: contas roxas

Saudação: Saluba Nanã!