Consciência social e racial, treinamento paramilitar e
formação política, conheça os revolucionários que ensinaram Gil Scott-Heron,
The Last Poets e Public Enemy a "pensar" música!
Fundado em 1966, na cidade de Oakland, estado da Califórnia,
Estados Unidos, o Partido dos Panteras Negras para Auto-Defesa (Black Panthers
Party for Self-Defense) foi um movimento revolucionário pós aprovação da Lei
dos Direitos Civis norte-americanos, originalmente chamado Partido Pantera
Negra para Auto-defesa (no original, "Black Panther Party for
Self-Defense", depois, mais conhecido como "Black Panther Party"
(Panteras Negras).
A obrigatoriedade de integração, em consequência da abolição
e proibição de medidas segregacionistas e/ou racistas, tornou as relações
raciais nos Estados Unidos juridicamente justas, porém, socialmente tensas. A
Lei de Direitos Civis apenas iniciava o processo de integração, porém, o grupo
historicamente privilegiado não aceitaria uma derrota desta proporção. Em
várias cidades, conflitos violentos tornaram-se rotina, e, além disso, os
conservadores, que insistiam em manter o sistema racista, para assim, continuar
gozando de seus privilégios, tinham um braço armado oficial a seu dispor: a
polícia. Em várias grandes cidades norte-americanas, a violência policial se
tornou o principal problema das relações Estado-população negra. Nesse cenário,
os jovens Huey Newton e Bobby Seale, à época, ativistas do movimento negro
estudantil, cansados dos abusos da polícia nos guetos negros de Oakland
fundaram os Panteras Negras.
O Partido
A principal finalidade do grupo era patrulhar os guetos e
proteger os moradores da violência policial. Auto-didata em Direito, Huey
Newton aprendeu todo o Código Penal da Califórnia, assim, com embasamento na
lei de porte de armas do estado, persuadiu os moradores dos bairros negros a
portarem armas para se defender. Alguns anos depois, era cena comum encontrar
membros uniformizados do partido portando rifles pelas ruas. Além disso,
influenciados pelo marxismo, os Panteras Negras defendiam o socialismo como
modelo político e o aplicavam nos bairros em que atuavam.
Além da defesa das comunidades, o partido também mantinha
escolas de formação política e treinamento de artes marciais para crianças e
jovens, um programa de segurança alimentar para famílias mais pobres e
defendiam a isenção de impostos e um projeto de reparação financeira da
“América Branca” pelos séculos de exploração, humilhação e genocídio da
população negra. Também tinham rígidos padrões de comportamento moral,
proibindo o uso de drogas e álcool entre os membros do partido. Em seu auge, os
Panteras Negras tinham mais de cinco mil membros e coordenavam sedes nas
principais cidades dos Estados Unidos. Por seu caráter combativo, seu
alinhamento ideológico com o socialismo em plena Guerra Fria, e por vários
tiroteios em conflitos com policiais, os Panteras Negras eram considerados
“terroristas e uma ameaça à Segurança Nacional”. No final dos anos 70, tendo
diminuído o número de membros, perdendo a simpatia de outros líderes negros e
com a prisão e exílio de seus dois principais líderes, constantemente
envolvidos em conspirações que visavam enfraquecê-los, os Panteras Negras se
limitaram a manter apenas alguns de seus projetos sociais e, por fim,
encerraram suas atividades no início dos anos 80.
Stockely Carmichael
Grande líder dos radicais negros desvinculou-se totalmente
da política convencional americana, para organizar os radicais negros, propôs
abertamente a transformação da sociedade norte americana em uma aliança firme
com o esquerdismo castrista da América Latina.
Aos 26 anos, cansado da violência de mais uma detenção que
sofre usando a tática da não violência o estudante Stokely Carmichael diz que
cansou de dar a outra face e grita:
“Povo negro deste país, uni-vos. Reconheçam seu papel e
construam uma nova sociedade”.
Ele também disse que os afro-americanos tinham que organizar
sua própria luta, sendo protagonistas do movimento e brigar para chegar ao
poder nos Estados Unidos da América: Poder Para o Povo!
Esse discurso foi feito no dia 16 de julho de 1967, em
Greenwood, estado do Mississipi, na saída de sua 27ª detenção, Carmichael e
seus companheiros tinham sido maltratados pelas forças policiais.
Ele era líder do SNCC Student Nonviolent Coordinating
Committee (Comitê Conjunto de Não Violência dos Estudantes) - e ligados ao
Movimento pelos Direitos Civis coordenado pelo reverendo batista Martin Luther
King. Mas quem era esse jovem tão contundente no discurso?
Stokely Carmichael nasceu no dia 29 de junho de 1941 em
Trinidad Tobago, em Porto de Espanha, filho de Adophus – um carpinteiro e
Mabel, dona de casa. Os dois deixaram o país para emigrarem para os Estados
Unidos, colocando o filho aos cuidados da avó materna. Com 11 anos foi morar
com a família no bairro Harlem, em Nova Iorque.
Depois se mudam para Morris Park, de vizinhança de maioria
branca e italiana. Lá é descritos por vizinhas como agressivo e selvagem, mas
na verdade se defendia dos ataques dos filhos delas. Cursa o colegial numa High
School do Bronx, onde passa o tempo lendo Charles Darwin e Karl Marx,
reclamando da leitura fútil oferecida aos alunos.
Lá ele passa a convver com jovens brancos de classe média de
formação liberal. Percebe que apesar da boa vontade expressada por eles, tem
barreiras de relacionamento por ser um preto e seus amigos apenas teorizam
sobre sua situação étnica, sem compreendê-la realmente.
Stokely dizia que eram liberais intectualmente, mas
culturalmente preconceituosos. Com 19 anos começa a estudar na Universidade de
Howard, após ser rejeitada em varias instituições de ensino racistas.
Já no primeiro ano como calouro, participa do CORE –
Congress of Racial Equality (Congresso da Igualdade Racial), realizado na
primavera em 1960.
Em pouco tempo se liga a SNCC. No ano de 1961, Carmichael
entra de cabeça na militância e se torna um Freedom Rides – viajantes da
liberdade.
É um grupo inter-racial formado por jovens que viajavam aos
estados norte americanos mais conservadores e adeptos da segregação étnica; e
desafiavam as leis locais freqüentando lugares proibidos aos afro-americanos.
Essa pratica ficou conhecida como “sit-in”. Invariavelmente eram humilhados,
espancados e detidos.
Mesmo assim não revidavam no uso da tática de não violência
que os lideres negros cristão orientavam – deveriam como Jesus Cristo – dar a
outra face. O reverendo Martin Luther King se inspirou na luta de independência
de Índia protagonizada pelo advogado pacifista Mahatma Gandhi. Como liderança é
designado para o Condado de Lowndes, no estado do Alabama, onde cadastra 3 mil
negros sem direito de participar das eleições.
Tem o primeiro desentendimento com sua entidade, e opta por
uma estratégia própria para cumprir a tarefa. Irrita-se com a tática de
resistência passiva frente ao espancamento rotineiro dos militantes. Acha a
estratégia equivocada. Em 1966, mesmo sendo um critico da SNCC, Carmichael é
escolhido presidente no lugar de John Lewis, eleito congressista pelo estado da
Geórgia. Mas sua critica a não violência acaba incomodado Luther King, que
classifica o rapaz como radical e tinha medo que ele pudesse por tudo a perder.
Por outro lado, o discurso de Stokely atraia cada vez mais
jovens para a luta pelos Direitos Civis. A postura e os discursos de Malcolm X
influenciaram decisivamente Carmichael, encontrando nele um líder adequado para
sua forma de combate ao racismo . A atitude do jovem James Meredith, que recém
admitido na Universidade do Mississipi, mudou o destino de Carmichael.
Ele tentou sozinho marchar pelos Direitos Civis entre as
cidades de Memphis e Jackson, sendo ferido por partidários contrários a
integração racial. Stokely foi designado à líder um grupo voluntário para fazer
o mesmo trajeto, mas em uma das paradas foi detido pela 27ª vez em sua
militância.
No dia 16 de junho de 1967, na saída da prisão, em Greenwood
três mil pessoas o aguardam. Lá faz o discurso reclamando que há seis anos
falavam de “liberdade” e não via perspectivas no movimento com a tática de não
violência contra políticos e policiais racistas, que apontavam mangueiras de
água e cães para atacá-los.
E Stokely gritou a frase que marcaria sua militância: “o que
nós queremos agora é PODER PARA O POVO PRETO!”. Está lançado o Movimento Black
Power. A multidão imediatamente repetiu a frase “Poder PRETO”, ecoando nas
comunidades de Oakland e Newark.
A frase significou para os conservadores e setores do
movimento pelos direitos civis como: racista, provocativa e violenta. Os meios
de comunicação exploram exaustivamente o termo Poder Negro e editoriais
escritos sobre o significado dele, traduziam como racismo ao inverso .
Candidatos comprometidos com a política de segregação racial
obtiveram vantagem na eleição de novembro. Imediatamente Martin Luther King
classificou a frase de “escolha infeliz de palavras” e Roy Wilkins da NAACP –
National Association for the Advancement of Colored People - (Associação
Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor) – também reprovava o radicalismo
de Carmichael e o chamando de racista preto. Em resposta, Carmichael critica
Luther King chamando de “moderado demais” e diz que a não violência é
ineficiente. Stokely acaba indo a convite aos paises Vietnam, China e Cuba, e
lá declara que os pretos deveriam treinar guerrilhas para defender suas
comunidades e estar pronto para morrer por isso.
A SNCC destitui Stokely e ele acabou nesse tempo se ligando
aos Panteras Negras, após conhecer Huey P. Newton e Bob Seale – lideres do
grupo. Nomeado ministro de honra e critica publicamente a participação dos
americanos na Guerra do Vietnam e conclama os negros a não se alistarem.
Por consequência é detido por dez meses e seu passaporte
retido pelas autoridades. Sua passagem nos Panteras Pretas dá estrutura
ideológica ao grupo e suas propostas são incorporadas as deles, dando um
formato de combate ao racismo até hoje copiado por organizações pretas não
governamentais. Com tempo ele acha que os Panteras eram radicais o suficiente e
deixa o grupo, rumo à Guiné, África, dizendo “A América não pertence aos
pretos!”, convidando todos os afro-americanos a seguir seu exemplo.
Ainda sobre os Panteras Negras ele diz que a linha dogmática
do partido permitia aliança com grupos radicais brancos. Na África conhece os
militantes pretos marxistas Sekou Tourc e Kwame Nkrumah. Em Gana casa-se com
Miriam Makeda – cantora sul-africana e assume o nome de Kwame Turcem no ano de
1978. Na África desenvolve a teoria de que somente existiria Poder Preto em
países africanos de orientação ideológica marxista. Completando a idéia,
afirmava que os pretos deveriam se unir somente com pretos para uma verdadeira
liberdade cultura e desenvolvimento sócio econômico.
Morre de câncer na próstata no dia 15 de novembro de 1998,
em Guiné, ainda acusando que a doença era fruto do imperialismo
norte-americano. Tinha 57 anos Carmichael deixou entre suas obras os livros
“Poder Preto” escrito em 1967, em companhia Charles Hamilton. No livro ele
defende a idéia da Beleza Negra, como o lema “Black Is Beautiful!” – Preto é
lindo. Propôs que os negros abandonassem os valores e estilo da sociedade
branca e que se adotassem modelos e modos de vestir africanos, inclusive no
penteado que é até hoje conhecido como “Black Power”; em 1971 escreve “Stokely
Speaks: Black Power Back to Pan-Africanism”. Nesta publicação ele faz uma
analise marxista do Pan Africanismo. Na ocasião do lançamento do Livro Poder
Preto para uma platéia de estudantes negros ele declara “quando você fala em
Poder Preto, fala em construir um movimento que destruirá o que a sociedade
ocidental construiu”. Era também tinha influencia de Marcus Garvey e o
Nacionalismo Preto pregado nas décadas de 20. Stokely Carmichael é uma das
pessoas que influenciaram muito o Movimento Negro no Brasil. Mas infelizmente
para a grande maioria, o que restou do Movimento Black Power é só um penteado a
ser usado, inclusive entre os afro-americanos jovens.
Stockely Carmichael Grande líder dos radicais negros
desvinculou-se totalmente da politica convencional americana, fundou o partido
revolucionário, Black panther(Panteras Negras), para organizar os radicais
negros, propôs abertamente a transformação da sociedade norte americana em uma
aliança firme com o esquerdismo catrista da América Latina.
Aos 26 anos, cansado da violência de mais uma detenção que
sofre usando a tática da não violência o estudante Stokely Carmichael diz que
cansou de dar a outra face e grita: “Povo negro deste país, uni-vos. Reconheçam
seu papel e construam uma nova sociedade”. Ele também disse que os
afro-americanos tinham que organizar sua própria luta, sendo protagonistas do
movimento e brigar para chegar ao poder nos Estados Unidos da América: Poder
Para o Povo! Esse discurso foi feito no dia 16 de julho de 1967, em Greenwood,
estado do Mississipi, na saída de sua 27ª detenção, Carmichael e seus
companheiros tinham sido maltratados pelas forças policiais. Ele era líder do
SNCC Student Nonviolent Coordinating Committee (Comitê Conjunto de Não
Violência dos Estudantes) - e ligados ao Movimento pelos Direitos Civis
coordenado pelo reverendo batista Martin Luther King. Mas quem era esse jovem
tão contundente no discurso? Stokely Carmichael nasceu no dia 29 de junho de
1941 em Trinidad Tobago, em Porto de Espanha, filho de Adophus – um carpinteiro
e Mabel, dona de casa. Os dois deixaram o país para emigrarem para os Estados
Unidos, colocando o filho aos cuidados da avó materna. Com 11 anos foi morar
com a família no bairro Harlem, em Nova Iorque.
Depois se mudam para Morris Park, de vizinhança de maioria
branca e italiana. Lá é descritos por vizinhas como agressivo e selvagem, mas
na verdade se defendia dos ataques dos filhos delas. Cursa o colegial numa High
School do Bronx, onde passa o tempo lendo Charles Darwin e Karl Marx,
reclamando da leitura fútil oferecida aos alunos. Lá ele passa a conviver com
jovens brancos de classe média de formação liberal. Percebe que apesar da boa
vontade expressada por eles, tem barreiras de relacionamento por ser um preto e
seus amigos apenas teorizam sobre sua situação étnica, sem compreendê-la
realmente. Stokely dizia que eram liberais intectualmente, mas culturalmente
preconceituosos. Com 19 anos começa a estudar na Universidade de Howard, após
ser rejeitada em várias instituições de ensino racistas. Já no primeiro ano
como calouro, participa do CORE – Congress of Racial Equality (Congresso da
Igualdade Racial), realizado na primavera em 1960. Em pouco tempo se liga a
SNCC. No ano de 1961, Carmichael entra de cabeça na militância e se torna um
Freedom Rides – viajantes da liberdade. É um grupo inter-racial formado por
jovens que viajavam aos estados norte americanos mais conservadores e adeptos
da segregação étnica; e desafiavam as leis locais freqüentando lugares
proibidos aos afro-americanos.
Essa pratica ficou conhecida como “sit-in”. Invariavelmente
eram humilhados, espancados e detidos. Mesmo assim não revidavam no uso da
tática de não violência que os lideres negros cristão orientavam – deveriam
como Jesus Cristo – dar a outra face. O reverendo Martin Luther King se
inspirou na luta de independência de Índia protagonizada pelo advogado
pacifista Mahatma Gandhi. Como liderança é designado para o Condado de Lowndes,
no estado do Alabama, onde cadastra 3 mil negros sem direito de participar das
eleições. Tem o primeiro desentendimento com sua entidade, e opta por uma
estratégia própria para cumprir a tarefa. Irrita-se com a tática de resistência
passiva frente ao espancamento rotineiro dos militantes. Acha a estratégia
equivocada. Em 1966, mesmo sendo um critico da SNCC, Carmichael é escolhido
presidente no lugar de John Lewis, eleito congressista pelo estado da Geórgia.
Mas sua critica a não violência acaba incomodado Luther King, que classifica o
rapaz como radical e tinha medo que ele pudesse por tudo a perder. Por outro
lado, o discurso de Stokely atraia cada vez mais jovens para a luta pelos
Direitos Civis. A postura e os discursos de Malcolm X influenciaram
decisivamente Carmichael, encontrando nele um líder adequado para sua forma de
combate ao racismo .
A atitude do jovem James Meredith, que recém admitido na
Universidade do Mississipi, mudou o destino de Carmichael. Ele tentou sozinho
marchar pelos Direitos Civis entre as cidades de Memphis e Jackson, sendo
ferido por partidários contrários a integração racial. Stokely foi designado à
líder um grupo voluntário para fazer o mesmo trajeto, mas em uma das paradas
foi detido pela 27ª vez em sua militância. No dia 16 de junho de 1967, na saída
da prisão, em Greenwood três mil pessoas o aguardam. Lá faz o discurso
reclamando que há seis anos falavam de “liberdade” e não via perspectivas no
movimento com a tática de não violência contra políticos e policiais racistas,
que apontavam mangueiras de água e cães para atacá-los. E Stokely gritou a
frase que marcaria sua militância: “o que nós queremos agora é PODER PARA O
POVO PRETO!”. Está lançado o Movimento Black Power. A multidão imediatamente
repetiu a frase “Poder PRETO”, ecoando nas comunidades de Oakland e Newark. A
frase significou para os conservadores e setores do movimento pelos direitos
civis como: racista, provocativa e violenta. Os meios de comunicação exploram
exaustivamente o termo Poder Negro e editoriais escritos sobre o significado
dele, traduziam como racismo ao inverso . Candidatos comprometidos com a
política de segregação racial obtiveram vantagem na eleição de novembro.
Imediatamente Martin Luther King classificou a frase de “escolha infeliz de
palavras” e Roy Wilkins da NAACP – National Association for the Advancement of
Colored People - (Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor) –
também reprovava o radicalismo de Carmichael e o chamando de racista preto. Em
resposta, Carmichael critica Luther King chamando de “moderado demais” e diz
que a não violência é ineficiente. Stokely acaba indo a convite aos paises
Vietnam, China e Cuba, e lá declara que os pretos deveriam treinar guerrilhas
para defender suas comunidades e estar pronto para morrer por isso.
A SNCC destitui Stokely e ele acabou nesse tempo se ligando
aos Panteras Negras, após conhecer Huey P. Newton e Bob Seale – líderes do
grupo. Nomeado ministro de honra e critica publicamente a participação dos
americanos na Guerra do Vietnam e conclama os negros a não se alistarem. Por consequência
é detido por dez meses e seu passaporte retido pelas autoridades. Sua passagem
nos Panteras Pretas dá estrutura ideológica ao grupo e suas propostas são
incorporadas as deles, dando um formato de combate ao racismo até hoje copiado
por organizações pretas não governamentais. Com tempo ele acha que os Panteras
eram radicais o suficiente e deixa o grupo, rumo à Guiné, África, dizendo “A
América não pertence aos pretos! ”, convidando todos os afro-americanos a
seguir seu exemplo
Ainda sobre os Panteras Negras ele diz que a linha dogmática
do partido permitia aliança com grupos radicais brancos. Na África conhece os
militantes pretos marxistas Sekou Tourc e Kwame Nkrumah. Em Gana casa-se com
Miriam Makeda – cantora sul-africana e assume o nome de Kwame Turcem no ano de
1978. Na África desenvolve a teoria de que somente existiria Poder Preto em
países africanos de orientação ideológica marxista. Completando a idéia,
afirmava que os pretos deveriam se unir somente com pretos para uma verdadeira
liberdade cultura e desenvolvimento sócio econômico. Morre de câncer na
próstata no dia 15 de novembro de 1998, em Guiné, ainda acusando que a doença
era fruto do imperialismo norte-americano. Tinha 57 anos Carmichael deixou
entre suas obras os livros “Poder Preto” escrito em 1967, em companhia Charles
Hamilton. No livro ele defende a idéia da Beleza Negra, como o lema “Black Is
Beautiful!” – Preto é lindo. Propôs que os negros abandonassem os valores e
estilo da sociedade branca e que se adotassem modelos e modos de vestir
africanos, inclusive no penteado que é até hoje conhecido como “Black Power”;
em 1971 escreve “Stokely Speaks: Black Power Back to Pan-Africanism”.
Nesta publicação ele faz uma analise marxista do Pan
Africanismo. Na ocasião do lançamento do Livro Poder Preto para uma platéia de
estudantes negros ele declara “quando você fala em Poder Preto, fala em
construir um movimento que destruirá o que a sociedade ocidental construiu”.
Era também tinha influencia de Marcus Garvey e o Nacionalismo Preto pregado nas
décadas de 20. Stokely Carmichael é uma das pessoas que influenciaram muito o
Movimento Negro no Brasil. Mas infelizmente para a grande maioria, o que restou
do Movimento Black Power é só um penteado a ser usado, inclusive entre os
afro-americanos jovens.